Rio de Janeiro, 17 de abril de 2022
Foto: wikipedia.
De vez em quando, me atreverei a fazer meus comentários sobre filmes, séries e correlatos. A ideia, porém, não é apresentar uma resenha sobre a obra, a fim de atrair possíveis consumidores. Não é minha especialidade, quero apenas mostrar as minhas impressões que vão além da sinopse. Mas atenção! Pode rolar algum “spoiller”, ainda que sem querer, rs.
Há algumas semanas, assisti “Os homens preferem as loiras”, um musical de 1953 que projetou a bela e loiríssima Marilyn Monroe, consagrada como um eterno “sexy simbol”, e inspiradora de outras grandes divas, como Madonna.
Motivos para isso não faltam. A mulher é esplêndida, de rosto, corpo e cabelo! E no papel, mostrou-se bastante carismática! Até o nome da personagem exalava sensualidade: Lorelei Lee!
No começo, devo admitir que a voz dela me irritou um pouco. Ela não falava, sussurrava todo o tempo. Entretanto, fui compreendendo melhor a personagem: ela pretendia arranjar um marido rico. Para tanto, performava uma mulher sensual até na forma de se expressar, e… digamos, desprovida de inteligência. Mas de burra ela não tinha nada! Ela compreendia o jogo da conquista, e sabia o que encantava o homem médio da época: beleza, claro, mas sem afetar a autoconfiança masculina. Ainda que ela desse um jeito de conseguir tudo o que queria.
Porém, foi a amiga dela quem mais me chamou a atenção, papel desempenhado pela (morena) Jane Russell, da qual, aliás, eu nunca tinha ouvido falar (não sou exatamente uma cinéfila). O nome da personagem já me pareceu ser de uma personagem ingênua: Dorothy Shaw.
De início, olha só, achei que ela teria inveja da amiga Lorelei. Como fui preconceituosa! Imaginei que a Lorelei teria todos os homens a seus pés, e a Dorothy sobraria. Felizmente, o roteiro se mostrou bem destoante desse padrão.
Lorelei era avassaladora, mas fazia tudo para, ao conseguir um casamento vantajoso financeiramente, assim conseguindo ter luxo e segurança. Doroty não, pelo contrário! A personagem também era sensual, mas livre. Cantava e dançava coreografias mais desinibidas com os homens, não para seduzi-los, mas para divertir-se com eles. Não sonhava com um homem para sustentá-la, e sim, para viver um grande amor. Se não fosse dessa forma, preferia ficar solteira. Hoje, essa postura é mais corriqueira, mas precisamos lembrar que o filme foi rodado nos anos 50! Não sei se os roteiristas planejaram, mas ela se nivelava aos homens, no sentido de viver e amar do jeito que dava na telha, sem se preocupar com o futuro e o julgamento social.
E o mais legal! Elas eram amigas verdadeiras. Talvez, por serem tão diferentes, não sei. Houve diálogos em que elas questionavam as opções uma da outra, mas sempre se apoiando nas escolhas que faziam.
Gostei muito do filme, mais do que esperava! Se os homens preferem as loiras, não sei. Mas Vinícius que me perdoe, a liberdade é fundamental!
Prefiro uma loura... Ela escreve bem e é loura falsa e gata, como a Marilyn Monroe. Bjs.